Início Notícias Setor de franquias cresce 10% ao ano e mercado na Bahia segue o movimento

Setor de franquias cresce 10% ao ano e mercado na Bahia segue o movimento

Correio (BA) – Naiana Ribeiro | colaborou Priscila Natividade – 27/07

Veja quais são as franquias mais rentáveis atualmente; investimento destes negócios varia de R$ 3 mil a R$ 3 milhões

Em momentos como este, de crise, as franquias – também chamadas de franchising – aparecem como opções para quem não quer correr grandes riscos. Mesmo em um cenário de instabilidade econômica, o setor deve continuar crescendo cerca de 10% ao ano, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Em 2015, o faturamento do setor deve ser 9% maior – o número de marcas deve aumentar 8% e as novas unidades devem crescer entre 9% e 10%. Em 2014, as franquias brasileiras faturaram R$ 127 bilhões e geraram 1.096.859 novos postos de trabalho, de acordo com a ABF.

Com um faturamento de R$ 468 milhões e 4.774 unidades próprias e franquiadas, a Bahia representa 3,8% do mercado nacional de franquias. São 2764 unidades de rede, sendo 50,8% em Salvador.

“A Bahia é o maior hospedeiro de unidades franquiadas no Nordeste. Em momentos de recessão econômica, a quantidade de franquias cresce. Isto porque as pessoas que já estavam pensando em empreender passam a optar pelo sistema de franquias, por ser um negócio de baixo risco”, explica o diretor regional da ABF Leonardo Lamartine.

Segundo ele, cerca de 85% das novas empresas  fecham em cinco anos. A taxa de mortalidade das franquias, que utilizam modelos de negócios já testados, entretanto, é de 3,6%. Mesmo na crise, o setor cresceu 9,2% no primeiro trimestre.

“Os executivos que estão deixando seus empregos, por exemplo, buscam por novos investimentos, mais seguros. O empreendedor que compra uma franquia investe em um negócio que não nasceu naquele momento”.

No estado, os setores mais procurados são o de Alimentação (23%) e Esporte, Saúde, Beleza e Lazer (20,8%). “São itens ligados às necessidades básicas. Quase 90% dos restaurantes em shoppings, por exemplo, são franquias. Já o setor de beleza e cosméticos tem crescido bastante”, diz.

Mercado promissor 

Foi justamente no setor de Alimentação que os administradores baianos Diego Figueiredo, de 28 anos, e Salomão Abud, 43, resolveram abrir uma franquia da loja de paletas mexicanas Los Paleteros. Com duas lojas e um quiosque, eles devem fechar o ano com cinco franquias em Salvador e três em outros estados do Nordeste.

“Na região, temos um potencial muito grande para produtos premium. Nos últimos anos, inclusive, o poder de compra da classe C aumentou, o que abriu portas para expansão deste tipo de empresa”, comenta Figueiredo.

Apesar de estar em um cenário promissor, o empresário conta que percorreu um longo caminho até abrir a primeira loja da franquia Curitibana. “Tive que passar um tempo pesquisando, vendo qual era a melhor empresa para o meu perfil, depois viajei diversas vezes para reuniões com o franqueador. Depois dessa luta, tive que estudar quais eram os melhores locais para abrir a loja”, revela.

Segundo ele, o investimento inicial para uma loja em shopping da Los Paleteros é de R$ 250 mil mais o valor do ponto comercial, o que chega a R$ 400 mil. “A loja da Barra, que inauguramos em março, por ser uma loja mais elaborada, teve o investimento de R$ 800 mil”, diz.

Apesar do alto movimento, sobretudo nos finais de semana, quando chega a cerca de  mil pessoas por dia,  os sócios ainda não tiveram o retorno do investimento inicial. Segundo eles, este deve ser obtido nos próximos nove meses.

Sede na Bahia

Entre as 18 franqueadoras brasileiras com sede na Bahia, a loja de roupas Elementais já tem 26 lojas no país, sendo 20 franqueadas e outras seis lojas próprias. “Já trabalhamos há 11 anos com franquia. Nossa proposta era expandir com lojas próprias, mas as franquias aceleram este processo”, argumenta o sócio-presidente Fernando Albuquerque.

Ele alerta, entretanto, que abrir uma franquia não é tão fácil quanto parece. “O sucesso de uma franquia depende não só do franqueador como do franqueado, que contrata, demite, atende  o cliente, divulga a marca, etc”.

Segundo ele, o investimento inicial varia de acordo com o local da loja, mas custa a partir de R$ 250 mil, sem contar o ponto comercial. Já o faturamento mensal da unidade varia de R$ 70 mil a R$ 120 mil.
Retorno

Para o diretor da consultoria especializada em formatação de franquias Netplan, Daniel Bernard, o investimento destes negócios varia de R$ 3 mil a R$ 3 milhões.

“A maior parte se concentra na faixa de R$ 150 mil a R$ 300 mil. Entretanto, há uma tendência das pessoas buscarem por microfranquias, com investimento de até R$ 80 mil. O fato é que existem franquias para todos os perfis, em 65 ramos de atividade”, garante. Bernard, que também é economista e administrador, diz, que é impossível prever o lucro com antecedência.

Mas afirma, com base na experiência profissional, que o retorno obtido costuma ser satisfatório. “Depende do local, da capacidade administrativa do franqueado, da equipe dele, etc. Na área de alimentação, o retorno varia de um ano e meio a dois anos. Quem vende produtos, em geral, tem este retorno em dois a três anos. Já no ramo de serviços, o retorno deve vir em um ano a um ano e meio”, calcula.

Ele também analisa que o momento é interessante para quem pensa em ter uma franquia. “A pessoa precisa fazer uma auto-análise do seu perfil e decidir se franquia é o melhor tipo de investimento para ela. Depois é preciso escolher quais empresas tem mais a ver com o seu perfil e selecionar as três melhores. Após entrar em contato com estas três e obtiver resposta, é preciso fazer  uma análise dos contratos e documentação das empresas finalistas”, diz.

A pessoa precisará buscar por um ponto comercial que a franquia aprove e terá que desenvolver um plano de negócios. “Se o negócio é viável e atraente, assine o contrato. Antes da inauguração, será preciso montar a operação, passar por treinamento comercial e buscar por financiamentos”.

Crédito

Segundo a ABF, diversos bancos tem convênio com marcas franqueadoras. O Banco do Nordeste (BNB), por exemplo, tem uma linha própria para franquias, que depende de uma garantia real. Já o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) possui um programa de financiamento de franquias em parceria com o Bradesco que empresta até R$ 125 mil sem uma garantia real.

Já a Caixa Econômica possui um programa que a pessoa começa como  pessoa física e depois passa a ser jurídica. Sócio-diretor da franquia paulista Patroni Pizza, Luiz Cury também viu na Bahia um potencial imenso para expandir sua loja. Apenas em Salvador ele possui quatro unidades.

“Queremos expandir para outros locais da Bahia, como Barreiras e também mais no interior”. Para superar a crise, Cury  criou um modelo de investimento mais em conta, o Patroni Expresso.

“Este modelo é mais enxuto e prevê investimento de R$ 195 mil, já com  taxa de franquia. Com este modelo, o faturamento médio mensal de R$ 60 mil e lucro de 15%, que vai de R$ 7 mil a R$ 9 mil”, diz. O retorno do investimento, neste caso, varia de 18 a 24 meses, sem considerar o valor do ponto comercial.

Outra empresa que deseja esticar sua rede de franquias até a Bahia é a Ducha Cosméticos. A marca já está no mercado há 12 anos e vem até Salvador para participar da Feira de Franquias (veja ao lado) para tentar conquistar o consumidor baiano.

“Um dos maiores mercados de perfumaria está no Nordeste. Várias cadeias de loja estão segurando a crise por conta da inserção que conquistaram na região. É o mercado que mais consome perfumes”, assegura o diretor da empresa, Yomar Ferreira. O investimento inicial da franquia está em R$ 75 mil. Segundo ele, o retorno do investimento varia de 18 a 36 meses.

 

Se você está pensando em comprar uma franquia, veja estes artigos que selecionamos no Portal do Franchising, acesse agora: