Folha de S.Paulo – Mariana Bruno – 19/06
A força do comércio de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) faz a cidade ter o terceiro maior número de franquias em operação no Estado, atrás somente da capital e de Campinas (93 km de São Paulo) e à frente de municípios mais populosos. A cidade fechou o ano passado com 478 franquias em funcionamento, o que deixa Ribeirão Preto na 21ª posição no país, de acordo com a ABF (Associação Brasileira de Franchising). Campinas tem 1.136 e São Paulo, 11.800.
Uma em cada quatro franquias instaladas no município atua no setor alimentício, com 131 empresas, seguido por esporte, saúde, beleza e lazer, com 15,90%, ou 76 unidades atuando. Os quatro shopping centers de Ribeirão Preto e suas praças de alimentação contribuem para o elevado índice, mas há muitas franquias instaladas em bairros, especialmente na zona sul. Com cinco lojas em Ribeirão, a franquia Casa de Bolos fechou 2013 com 85 unidades em operação no Brasil, de acordo com a ABF. A marca foi inaugurada em 2010 em Ribeirão Preto. “A alimentação é um segmento de retorno seguro, ainda mais aliado a um nome que já tem identidade”, disse Diego Albieri Napoleão, franqueado de uma loja no Jardim Irajá.
Outra franquia de origem ribeirão-pretana, a Laranja Lima, também do setor de alimentação, surgiu em um shopping center e já chegou a outros dois. A taxa para abrir uma franquia é de R$ 35 mil, mas a montagem de uma unidade inclui outros gastos.
Os dados da ABF, segundo o economista Fred Guimarães, da Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto), reforçam a vocação da cidade de polo de consumo e serviço. Outra característica, de acordo com ele, é a representatividade das classes A e B na cidade, que é maior em comparação com outros municípios de São Paulo. “A representação dessas classes é aproximadamente 18% maior em relação ao interior do Estado e 40% em relação ao Brasil”, disse. A aposta em franquias ocorre porque investidores percebem que existe demanda para absorver a empresa, público para novas ideias e conceitos sofisticados. “Como em tudo, é preciso planejamento, mas, sob esse ponto de vista, é muito mais fácil para quem tem capital para investir pensar em uma franquia”, afirmou.
Uma pesquisa do IPC Maps para 2014 corrobora a alimentação como um segmento forte e aquecido em Ribeirão. Segundo a publicação, que detecta o perfil dos consumidores por classes sociais e em quais segmentos deverão gastar dinheiro, os ribeirão-pretanos devem desembolsar aproximadamente R$ 935 milhões com alimentação fora de casa em 2014. O montante representa 6,14% de tudo o que deve ser consumido na cidade e é a quarta categoria mais importante do setor de serviços. Segundo Marcos Pazzini, responsável pelo estudo, o potencial de gastos com comida fora de casa cresceu acima da média.
