• Entidade mapeou reflexos no franchising do RS e ações de auxílio por parte de seus associados;
• ABF propõe a criação de um Pronampe específico e o retorno de benefícios da Lei do Bem e do Suporte a Empregos

Diante da maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul (e uma das maiores do Brasil), o franchising está agindo em solidariedade para ajudar a minimizar os seus impactos. Como entidade representativa do setor, a ABF – Associação Brasileira do Franchising fez uma sondagem dos potenciais impactos e também de ações de apoio em sua comunidade. Atualmente, das mais de mil redes de franquias associadas à entidade, 570 estão presentes em 184 cidades do RS, que conta com 103 marcas nele sediadas. A estimativa da ABF é de que haja 10.959 operações de franquias no RS, de 2.104 diferentes redes que geram em torno de 91.600 empregos diretos. Em um levantamento com 50 marcas respondentes, os prejuízos somados já ultrapassam os R$ 12,7 milhões.

“Algumas lojas fecharam e outras ainda estão sem energia, internet e comunicação com outras cidades. Os associados também relataram impacto nos fornecedores de todos os tipos: costureiras, tintas, pincéis, bebidas, alimentos, material gráfico, logística e muitos outros. Alguns informaram estarem administrando férias em fábricas locais”, explica o presidente da ABF, Tom Moreira Leite.

Frente a isso, entre as primeiras medidas adotadas, a ABF isentou a cobrança da mensalidade das marcas sediadas no Estado por dois meses (maio e junho). A entidade enviou ofício ao ministro do Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, propondo ações como um Pronampe emergencial (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) para as empresas que operam no Rio Grande do Sul, com menor taxa de juros (Selic + 3% aa, isto é, metade da taxa atual) e maior prazo de carência (de 12 para 24 meses), mantendo o prazo de pagamento atual (72 meses).

A ABF também se mobiliza para que o Poder Executivo edite medidas provisórias ou leis com os mesmos benefícios que existiam na Lei do Bem (14.020/20) e na Lei de Suporte a Empregos (14.043/20), além de defender que 10% da arrecadação com aplicativos de apostas seja destinados à reconstrução de moradias afetadas por desastres naturais em casos de calamidade pública reconhecidos pela União. “As medidas visam a manutenção do emprego e da renda de milhares de pessoas, bem como a reconstrução mais rápida das áreas devastadas”, ressalta o presidente da ABF.

A ABF também terá pontos de coleta de doações para o Rio Grande do Sul em seus eventos presenciais e está estimulando que seus associados compartilhem as boas práticas adotadas nessa emergência para que elas possam se multiplicar através do exemplo e apoio mútuos.

“Assim entendemos que deve funcionar o franchising: suporte, escuta ativa e mãos dadas. Uns pelos outros. Temos visto e disseminado ações não só de franqueadores – isentando royalties, flexibilizando prazos e compra de mercadorias, entre outras iniciativas –, como também ações dos próprios franqueados de demais localidades, destinando ajuda financeira para os franqueados atingidos. Tal movimento é visto em todas os níveis do franchising, partindo também desde o time executivo da Associação até os colaboradores das milhares de operações de franquias de Norte a Sul. Essa é a verdadeira força do setor e a ABF continuará em sua missão de defender e disseminar o bom franchising”, disse Tom.

Iniciativas das redes de franquias

A ABF já identificou iniciativas importantes entre seus associados. A Anjo Colchões está doando esse seu principal produto. A iGUi, marca gaúcha, está doando grande quantidade de água mineral, transportada até a fábrica de Taquara (a maior do Estado), sendo distribuída por voluntários de toda ordem, como CTGS (centros de tradições gaúchas), ONGS, clubes sociais, entre outros, além de tornar pontos de doação todas as lojas da rede. O Mercadão dos Óculos está isentando 50% dos royalties deste mês de maio e de junho, 100% de todo custo com software e tecnologia,100% do fundo de propaganda, renegociou com seus fornecedores homologados os boletos dos franqueados da região com vencimento em maio, e os pedidos feitos neste mês também terão carência mínima de 60 dias daqui para frente.

O Market4u, que tem quase 10% do faturamento da rede no Rio Grande do Sul, está destinando todos os royalties do estado para ajudar na reconstrução das franquias que foram atingidas, transformando as mais de 2.000 lojas em pontos também de coleta e muitos franqueados da marca pelo Brasil também estão se mobilizando para doar equipamentos para a população afetada. A Maria Brasileira também isentou os franqueados das unidades afetadas de todos os pagamentos envolvendo royalties, fundo de marca e taxa de sistema.

A Prudential do Brasil isentou as taxas de ocupação e de publicidade dos franqueados da região, também de multas e juros dos pagamentos no caso de clientes, além de não cancelar as apólices daqueles que estejam findando nesse período. As operações na região também estão sendo usadas como pontos de apoio abertos a pedido dos próprios franqueados como suporte para fornecimento de água potável e internet. A franqueadora fez uma doação financeira também, está buscando doações também por meio dos colaboradores e criou uma “Sala de guerra” com novas ações para poder oferecer o suporte dentro das necessidades dos atingidos.

A Minds English School está promovendo uma campanha de arrecadação de colchões e produtos de higiene, tomando medidas significativas para suportar a unidade em Porto Alegre, isentando royalties, taxa de publicidade e também fornecendo apoio direto na reconstrução da nova unidade. O Grupo Sal & Brasa está contribuindo com doações nas pessoas físicas e jurídicas, e acompanhando as famílias dos sócios da rede que residem no Rio Grande do Sul.

A Lunelli, franqueadora da Lez a Lez, enviou sua aeronave com mantimentos e dois colaboradores estão auxiliando na missão de ajuda à população gaúcha atingida. A rede transportou mais de 2 toneladas de alimentos, água, medicamentos e ração animal para as regiões do Vale do Taquari e metropolitana de Porto Alegre, atuando nas expedições de resgate. Além disso, a Lunelli está com uma campanha interna de doações, disponibilizando todas as suas unidades como pontos de coleta.

Para apoiar os seus franqueados, os vendedores, a comunidade e a população do Rio Grande do Sul impactada, a Cacau Show emprestará móveis e doará o enxoval para que seus franqueados consigam reabrir as lojas que tiveram toda a sua estrutura destruída com a entrada das águas. A franqueadora informou também estar trabalhando no fluxo financeiro dos boletos, organizou uma “vaquinha” entre os franqueados de outras regiões do País e o valor arrecadado será dobrado pela franqueadora para auxiliar todos os franqueados atingidos. Já para os vendedores, a empresa reeditou o programa Cinquentou, criado em 2020, na pandemia, relacionado aos 50 anos do fundador e CEO da rede, Alê Costa, quando foram reformadas 50 casas. Agora, com a tragédia no Rio Grande do Sul, a franqueadora fará o Cinquentou 3.0 e reformará ou reconstruirá 53 casas de vendedores no Estado e em alguns outros que sofreram com tragédias similares, como o Espírito Santo recentemente, mas o foco vai ser na reconstrução. E por último, para a população, a empresa está enviando mantimentos, chocolates, lençóis, jogos de cama, toalhas, cobertores e colchões.

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